Eleição do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 2010
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Eleição do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2010 5 (de 10) lugares não permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas | |||||||||||
Outubro de 2010 | |||||||||||
Tipo de eleição: | legislativa | ||||||||||
Composição do CSNU após a eleição de 2010 | |||||||||||
Membros | |||||||||||
Membros eleitos | |||||||||||
Titular Membros prévios: Uganda (África) Japão (Ásia) México (Amér. Lat. & Caribe) Turquia (GEEOO) Áustria (GEEOO) | Eleito Novos membros: África do Sul (África) Índia (Ásia) Colômbia (Amér. Lat. & Caribe) Alemanha (GEEOO) Portugal (GEEOO) |
A Eleição do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2010 ocorreu em 12 de outubro de 2010[1] durante a 65.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque. A eleição visou determinar quais os cinco lugares não permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas para mandatos de dois anos com início em 1 de janeiro de 2011.[2][3]
De acordo com a política de rotação do Conselho de Segurança (CSNU), os dez lugares não permanentes no CSNU rodam entre os diversos blocos regionais em que habitualmente os estados-membros da ONU se dividem a si mesmos com fins eleitorais e representativos, e esta foi a divisão:
- Um para África (Uganda)
- Um para Ásia (Japão)
- Um para América Latina (México)
- Dois para o Grupo dos Estados da Europa Ocidental e Outros (Áustria e Turquia)
Estes cinco membros estarão representados no CSNU no período 2011-2012.
No Grupo dos Estados da Europa Ocidental e Outros candidataram-se a Alemanha,[4] o Canadá,[5] e Portugal.[6][7][8] A Índia concorreu sem oposição pelo bloco da Ásia já que o Cazaquistão desistiu. A África do Sul também não teve oposição no interior do bloco africano e foi apoiada pela União Africana. Depois de ter desistido a favor do Brasil na eleição de 2009, a Colômbia não teve oposição.[9]
Membros eleitos
África: África do Sul substitui Uganda
Ásia: Índia substitui Japão
GRULAC: Colômbia substitui México
GEEOO: Alemanha e Portugal substituem Áustria e Turquia
Resultados
Como três dos lugares estavam resolvidos, os resultados foram: a Índia recebeu 187 votos, a África do Sul 182 votos e a Colômbia 186 votos.[10] No Grupo dos Estados da Europa Ocidental e Outros os resultados foram:
Ronda 1
- Alemanha 128
- Portugal 122
- Canadá 114
A Alemanha foi eleita pois ultrapassou a maioria de dois terços.
Ronda 2
- Portugal 113
- Canadá 78
A seguir a esta ronda o Canadá retirou a sua candidatura.
Ronda 3
- Portugal 150
- Canadá 32
Portugal foi eleito.
Reações
Portugal
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado afirmou que a eleição de Portugal "revela bem que Portugal é hoje um país respeitado, com credibilidade na cena internacional"[3]
Canadá
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Lawrence Cannon, reconheceu que a política externa do governo conservador teve um papel na explicação do resultado – embora salientasse que essa política era baseada em sólidos princípios democráticos e de defesa dos direitos humanos[11] A culpa foi dirigida para o líder do Partido Liberal do Canadá, Michael Ignatieff, pelo Partido Conservador do Canadá, mas este rejeitou a culpa e classificou-a como "ridícula".
Índia
O enviado da Índia às Nações Unidas, Hardeep Singh Puri, afirmou "Trabalhámos muito... lutámos por cada voto"[12]
Atuação esperada em 2011
A entrada da Índia e da África do Sul é vista como um reforço do bloco de países hostis à aplicação de novas sanções ao Irão,[3][13] motivadas pela sua política de desenvolvimento de energia nuclear que se teme ser aplicado ao desenvolvimento de armas nucleares. Quanto à posição das Nações Unidas relativamente à Coreia do Norte, nada deve mudar pois o seu principal aliado, a República Popular da China, tem direito de veto como membro permanente do CSNU. Sobre a questão do Sudão, a entrada da África do Sul pode pesar num eventual fim do mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional ao presidente sudanês, Omar al-Bashir.[3]
Ver também
Referências
- ↑ «Canada fears loss in UN Security Council race». CTV News. Consultado em 1 de janeiro de 2011
- ↑ «Turkey may in fact become a regional power through the UNSC». Panarmenian.Net. 14 de outubro de 2008. Consultado em 21 de agosto de 2010
- ↑ a b c d publico.pt. «Portugal começa mandato de dois anos no Conselho de Segurança». Consultado em 1 de janeiro de 2011
- ↑ «UN Security Council non-permanent seat 2011-12». Germanyandafrica.diplo.de. Consultado em 21 de agosto de 2010
- ↑ «Canada going for UN Security Council seat». Canada.com. 17 de dezembro de 2008. Consultado em 21 de agosto de 2010
- ↑ «Missão Permanente de Portugal junto das Nações Unidas». Un.int. Consultado em 21 de agosto de 2010. Arquivado do original em 29 de agosto de 2010
- ↑ Collins, Michelle (4 de março de 2009). «'Aggressive' Bid to Score Security Council Seat Underway | Embassy - Canada's Foreign Policy Newspaper». Embassymag.ca. Consultado em 21 de agosto de 2010
- ↑ «CBC News - World - Tie Canada's bid for Security Council seat to water issue, Barlow urges». Cbc.ca. 17 de março de 2009. Consultado em 21 de agosto de 2010
- ↑ http://globalmemo.org/2010/08/30/octobers-security-council-elections/
- ↑ Lederer, Edith M. (12 de outubro de 2010). «Germany and Portugal win Security Council seats». Seattle Times Newspaper. Consultado em 1 de janeiro de 2011
- ↑ «Canada loses prestige UN spot despite written guarantees from voting nations» (em inglês). Vancouver Sun. 12 de outubro de 2010. Consultado em 1 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 25 de novembro de 2010
- ↑ «India elected to UNSC with thumping majority». Rediff.com India News. 12 de outubro de 2010. Consultado em 1 de janeiro de 2011
- ↑ Louis Charbonneau (Reuters). «Analysis: More Iran steps seen tougher sell to new U.N. council». Consultado em 1 de janeiro de 2011