Equação de Chapman-Kolmogorov

Em matemática, especificamente na teoria Markoviana de processos estocásticos, a equação de Chapman–Kolmogorov é uma identidade que relaciona as distribuições de probabilidade conjunta de diferentes conjuntos de coordenadas de um processo estocástico. A equação foi derivada independentemente pelos matemáticos Sydney Chapman e Andrey Kolmogorov.

Descrição matemática

Suponha que { fi } é uma coleção indexada de variáveis aleatórias, isto é, um processo estocástico. Seja

p i 1 , , i n ( f 1 , , f n ) {\displaystyle p_{i_{1},\ldots ,i_{n}}(f_{1},\ldots ,f_{n})}

a função de densidade da probabilidade conjunta dos valores da variável aleatória f1 para fn. Então, a equação de Chapman–Kolmogorov é

p i 1 , , i n 1 ( f 1 , , f n 1 ) = p i 1 , , i n ( f 1 , , f n ) d f n {\displaystyle p_{i_{1},\ldots ,i_{n-1}}(f_{1},\ldots ,f_{n-1})=\int _{-\infty }^{\infty }p_{i_{1},\ldots ,i_{n}}(f_{1},\ldots ,f_{n})\,df_{n}}

ou seja, a distribuição marginal sobre a variável de perturbação.[1]

(Note que não se assumiu ainda nada sobre o ordenamento temporal ou qualquer outro das variáveis aleatórias — a equação acima aplica-se à distribuição marginal de qualquer uma.)

Aplicação às cadeias de Markov

Quando o processo estocástico que se considera aqui é markoviano (Cadeias de Markov), a equação de Chapman–Kolmogorov é equivalente a uma identidade de densidades de transição. Na configuração de cadeia de Markov, assume-se que i1 < ... < in. Então, por causa da propriedade de Markov,

p i 1 , , i n ( f 1 , , f n ) = p i 1 ( f 1 ) p i 2 ; i 1 ( f 2 f 1 ) p i n ; i n 1 ( f n f n 1 ) , {\displaystyle p_{i_{1},\ldots ,i_{n}}(f_{1},\ldots ,f_{n})=p_{i_{1}}(f_{1})p_{i_{2};i_{1}}(f_{2}\mid f_{1})\cdots p_{i_{n};i_{n-1}}(f_{n}\mid f_{n-1}),}

onde a probabilidade condicional p i ; j ( f i f j ) {\displaystyle p_{i;j}(f_{i}\mid f_{j})} é a probabilidade de transição entre os tempos i > j {\displaystyle i>j} . Assim, a equação de Chapman–Kolmogorov assume a forma

p i 3 ; i 1 ( f 3 f 1 ) = p i 3 ; i 2 ( f 3 f 2 ) p i 2 ; i 1 ( f 2 f 1 ) d f 2 . {\displaystyle p_{i_{3};i_{1}}(f_{3}\mid f_{1})=\int _{-\infty }^{\infty }p_{i_{3};i_{2}}(f_{3}\mid f_{2})p_{i_{2};i_{1}}(f_{2}\mid f_{1})\,df_{2}.}

Informalmente, isso diz que a probabilidade de ir do estado 1 ao estado 3 pode ser encontrado nas probabilidades de ir de 1 a um estado intermediário 2 e, daí, de 2 a 3, ao adicionar todos os estados intermediários 2 possíveis.

Quando a distribuição de probabilidade no estado espacial de uma cadeia de Markov é discreta e a cadeia de Markov é homogênea, a equação de Chapman–Kolmogorov pode ser expressa em termos de um produto de matrizes (possivelmente de dimensão infinita), então:

P ( t + s ) = P ( t ) P ( s ) {\displaystyle P(t+s)=P(t)P(s)\,}

onde P(t) é a matriz de transição do salto t, por exemplo, P(t) é a matriz tal que a entrada (i,j) contenha a probabilidade de a cadeia mover-se do estado i ao estado j nos passos t.

Como um corolário, isso sugere que para calcular a matriz de transição do salto t, basta acrescer a matriz de transição do salto um à potência t, isto é

P ( t ) = P t . {\displaystyle P(t)=P^{t}.\,}

A forma diferencial da equação de Chapman–Kolmogorov é também conhecida como equação mestre.

Ver também

Bibliografia

  • Ross, Sheldon M. (2014). «Chapter 4.2: Chapman−Kolmogorov Equations». Introduction to Probability Models 11th ed. [S.l.: s.n.] p. 187. ISBN 978-0-12-407948-9 

Referências

  1. Divaldo Portilho Fernandes Júnior e Valdivino Vargas Júnior, Conceitos e Simulação de Cadeias de Markov, SBPCnet, Goiânia. Disponível aqui.