Helena Paleóloga

Helena
Helena Paleóloga
Despotesa Consorte da Sérvia
Reinado 24 de dezembro de 1456 – 20 de janeiro de 1458
Antecessor(a) Irene Cantacuzena
Sucessor(a) Helena Maria da Sérvia
 
Nascimento 1431
  Despotado da Moreia, Império Bizantino
Morte 7 de novembro de 1473 (42 anos)
  Lêucade, Despotado do Epiro
Cônjuge Lázaro Branković
Descendência Helena Maria, Rainha da Bósnia
Milica, Despotesa do Epiro
Jerina, Duquesa de San Pietro in Galatina
Casa Paleóloga
Branković
Pai Tomás Paleólogo
Mãe Catarina Zaccaria
Religião Igreja Católica
Igreja Ortodoxa (antes da conversão)

Helena Paleóloga, também conhecida como Hipomona (em grego: Ελένη Παλαιολογίνα, em sérvio: Јелена Палеолог/Jelena Paleolog; Despotado da Moreia, 1431 – Lêucade, 7 de novembro de 1473)[1] foi uma princesa bizantina por nascimento, e a última despotesa consorte da Sérvia como esposa de Lázaro Branković, de 1456 a 1458. Ela governou a Sérvia em direito próprio por um breve período após a morte do marido, de 1458 a 1459. No entanto, após a queda da cidade de Semêndria para o Império Otomano, em 1459, ela fugiu para a Grécia onde se converteu ao catolicismo e tornou-se uma freira.

Família

Helena foi a filha primogênita de Tomás Paleólogo, Déspota da Moreia e pretendente ao trono bizantino, e de Catarina Zaccaria. Seu pai acreditava que a união entre as Igrejas católica e a ortodoxa salvaria o Império Bizantino.[2]

Os seus avós paternos eram o imperador bizantino, Manuel II Paleólogo, e a princesa sérvia, Helena Dragasa. Os seus avós maternos eram Centurião II Zaccaria, originário de uma família mercante genovesa e príncipe de Acaia, e Asenina Paleóloga, neta de Demétrio Tzâmplaco, um aristocrata bizantino, e de Eudócia Paleóloga.[3]

Helena tinha uma prima de mesmo nome, que era rainha do Chipre como esposa de João II do Chiphre.

Ela teve três irmãos mais novos: Zoe, esposa do príncipe Ivã III de Moscou, André, déspota titular da Moreia e imperador titular bizantino, e Manuel, que serviu ao sultão, Maomé II, o Conquistador.

Biografia

Em outubro de 1446, quando tinha por volta de 15 anos, a princesa deixou a cidade de Glarentza [2] (próxima a Élida, na Grécia), em direção à Semêndria, na Sérvia, onde se casou com Lázaro Branković, que tinha cerca de 25 anos, em dezembro daquele ano. O noivo era filho do déspota Jorge I Branković e de Irene Cantacuzena. O casamento havia sido orquestrado pelo tio de Helena, o imperador João VIII Paleólogo.[4]

Com a ascensão do marido em 24 de dezembro de 1456, Helena tornou-se a despostesa da Sérvia; o título foi conferido a ele por Jorge Ducas Filantropeno, sob as ordens do imperador João VIII.[4] O casal teve três filhas: Helena Maria, Milica e Jerina.

Após a morte prematura de Lázaro em fevereiro de 1458, o magnata Miguel Angelović, que era a favor dos otomanos,[5] foi escolhido para liderar um conselho, tornando-se, assim, o governante de facto do país. Em março de 1458, quando os otomanos invadiram Semêndria, os rebeldes sérvios locais aprisionaram Angelović.[6] Segundo outra fonte, no entanto, aHelena capturou Angelović e o enviou para os húngaros.[5]

Helena, então, aproveitou a oportunidade de vácuo de poder, e, junto ao cunhado, Estêvão Branković, assumiu o controle do governo. Com o propósito de fortalecer sua posição, a despostina conseguiu uma aliança com o rei Tomás da Bósnia, através do casamento entre o filho dele, Estêvão Tomašević, e a filha primogênita dela, Helena Maria, o qual aconteceu em 1459.[4]

Logo, porém, os otomanos, liderados por Maomé II, atacaram Semêndria, em 20 de junho de 1459, e capturaram a cidade, pondo um fim ao despotado. [4] Helena foi forçada a partir. Em 1462, quando o pai dela, Tomás, retornou ao território veneziano após ter visitado a corte do Papa, Helena já estava estabelecida em Ancona, na atual Itália, e ficou com a filha por alguns dias, antes de partir para Roma, e, Helena, para Ragusa (na atual Dubrovnik, na Croácia),[4] onde permaneceu por um ano. Durante o período que residiu em Ragusa, ela arranjou o casamento da filha Milica com Leonardo III Tocco, déspota do Épiro.

Em junho de 1463, Helena se mudou para a ilha grega de Corfu, se juntando à sua mãe e irmãos, que ali tinham se refugiado dos invasores.

Em 1467, ela passou a morar na ilha de Lêucade (antes chamada de Ilha de Santa Maura), que era administrada pelo genro, Leonardo. No ano seguinte, Helena viajou para Veneza, e, apresentou, diante do Senado, denúncias contra as pessoas que se apropriaram da propriedade dela em Corfu.[4]

Até o ano de 1472, a antiga despotesa tinha se convertido ao catolicismo e adotado o nome de Hipomona, que significa "paciência", seguindo exemplo da avó, Helena Dragasa.[4] Ela faleceu em 7 de novembro de 1473, em Lêucade.

Descendência

Ascendência

Ancestrais de Helena Paleóloga
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32. Miguel IX Paleólogo
 
 
 
 
 
 
 
16. Andrónico III Paleólogo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33. Rita da Armênia
 
 
 
 
 
 
 
8. João V Paleólogo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34. Amadeu V de Saboia
 
 
 
 
 
 
 
17. Ana de Saboia
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35. Maria de Brabante
 
 
 
 
 
 
 
4. Manuel II Paleólogo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36. Miguel Cantacuzeno
 
 
 
 
 
 
 
18. João VI Cantacuzeno
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37. Teodora Paleóloga Angelina
 
 
 
 
 
 
 
9. Helena Cantacuzena
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38. Andrônico Asen
 
 
 
 
 
 
 
19. Irene Asanina
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39. Membro da Família Tarcaniota
 
 
 
 
 
 
 
2. Tomás Paleólogo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20. Dejan
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. Constantino Dragases
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42. Estêvão Uresis III
 
 
 
 
 
 
 
21. Teodora Nemanjić
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43. Maria Paleóloga da Sérvia
 
 
 
 
 
 
 
5. Helena Dragasa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44. Esracimir de Kran
 
 
 
 
 
 
 
22. João Alexandre da Bulgária
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45. Ceratza Petritza
 
 
 
 
 
 
 
11. Primeira esposa (possivelmente Kera Tamara)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23. Sara-Teodora
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Helena Paleóloga
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48. Martinho Zaccaria
 
 
 
 
 
 
 
24. Centurião I Zaccaria
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49. Jaqueline de la Roche
 
 
 
 
 
 
 
12. Andrônico Asen Zaccaria
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50. Andrônico Asen (possivelmente)
 
 
 
 
 
 
 
25. Asenina
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Centurião II Zaccaria
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52. Estêvão Le Maure
 
 
 
 
 
 
 
26. Erardo III Le Maure, Barão de Arcadia
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53. Inês de Aulnay
 
 
 
 
 
 
 
13. Catarina Le Maure (ou Mavros)[7]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27. Esposa de nome desconhecido
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Catarina Zaccaria
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14. Membro das família Paleóloga e Asen
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Asenina Paleóloga
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15. Esposa de nome desconhecido
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demétrio Tzâmplaco
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eudócia Paleóloga
 
 
 
 
 
 


Referências

  1. «BYZANTIUM 1261-1453». Foundation for Medieval Genealogy 
  2. a b Ávalos, Galo Garcés. «The last Serbian queen: Helena Palaiologina (1431- 1473)». medievalists.net. Consultado em 26 de Agosto de 2024 
  3. Sturdza, Mihail Dimitri (1999). Grandes familles de Grèce: d'Albanie et de Constantinople. [S.l.: s.n.] p. 371 a 373  |acessodata= requer |url= (ajuda)
  4. a b c d e f g Ávalos, Galo Garcés. «The last Serbian queen: Helena Palaiologina (1431- 1473)». academia.edu. Consultado em 26 de Agosto de 2024 
  5. a b Stavrides, Theoharis (2021). «MAHMUD PASHA'S ORIGINS AND FAMILY». The Sultan of Vezirs The Life and Times of the Ottoman Grand Vezir Mahmud Pasha Angeloviů (1453-1474). [S.l.]: Brill. p. 95. 464 páginas. Consultado em 27 de Agosto de 2024 
  6. Stavrides, Theoharis (2016). «From Byzantine Aristocracy to Ottoman Ruling Elite: Mahmud Pasha Angelovic and His Christian Circle, 1458-1474». In: Chrstina Isom-Verhaaren; Kent Schull. Living in the Ottoman Realm: Empire and Identity, 13th to 20th Centuries. [S.l.]: Indiana University Press  |acessodata= requer |url= (ajuda)
  7. «LATIN LORDSHIPS IN GREECE». Foundation for Medieval Genealogy