Primeira Guerra Messênia

A Primeira Guerra Messênia foi a primeira das três guerras entre Esparta e a Messênia,[1] e faz parte das Guerras Messênias. A guerra durou vinte anos, e terminou quando os lacedemônios capturaram a Messênia e escravizaram os messênios.[1]

Origens da guerra

Texto baseado em Pausânias, que indica sua fonte como sendo Myron de Priene[2]. Pausânias faz a divisão entre duas guerras messênias, a primeira baseada na prosa de Myron, e a segunda baseada no poema épico de Rhianus de Bene[2][3].

O vencedor da corrida, a única prova disputada, na quarta olimpíada, o messênio Polícares, entregou seu gado ao espartano Euefno, para que ele se alimentasse na terra do espartano, que teria uma parte da produção[4]. Porém Euefno vendeu o gado a mercadores, e disse que ele havia sido roubado por piratas, porém foi desmentido por um dos homens que cuidavam do gado[5]. Euefno pediu perdão, e pediu a Polícares que mandasse seu filho para a Lacônia, para ele receber de volta o que ele tinha recebido pelo gado, mas Euefno assassinou o filho de Polícares[6]. Polícares foi à Lacedemônia e protestou com os reis e os éforos, mas não obtendo nada, matou todos os lacedemônios que encontrou[7].

O motivo da guerra, segundo os lacedemônios, foi porque a Messênia não entregou Polícares, e por causa do assassinato de Téleclo na geração anterior[8]. Os messênios diziam que não entregaram Polícares porque os lacedemônios não haviam entregue Euefno, e que haviam proposto que o caso fosse levado à arbitragem de Argos e ao Areópago de Atenas[9]; mas os messênios também diziam que tudo isso foi um pretexto para a guerra, porque os lacedemônios cobiçavam a terra deles[10].

Quando uma embaixada da Lacedemônia chegou à Messênia para pedir Polícares, os dois reis[11], filhos de Fintas[12], foram de opiniões divergentes: Andrócles defendeu a entrega de Polícares, mas Antíoco defendeu que Polícares deveria sofrer diante dos olhos de Euefno[11].

A discussão se tornou acalorada, e se transformou em luta, na qual morreu Andrócles; Antíoco, como único rei da Messênia, enviou mensagem a Esparta, dizendo que iria se submeter às cortes de Argos e Atenas[13].

Início da guerra

Após alguns meses, Antíoco morreu, e foi sucedido por seu filho Eufes, e os lacedemônios, sem nenhuma declaração de guerra, fizeram um juramento de não terminar a guerra até toda a Messênia fosse tomada pela espada[14], e atacaram Anfeia à noite, apontando Alcâmenes, filho de Teleclo, como seu líder[15]. Quase todos os messênios foram mortos, alguns ainda dormindo, e outros que haviam pedido refúgio nos altares[15]. Este ataque ocorreu no segundo ano da nona olimpíada.[16].

Após o ataque, os messênios se reuniram em assembleia em Esteníclero, e o rei Eufes exortou-os a não entrarem em pânico, nem a achar que a guerra já tinha sido decidida, pois se os lacedemônios tinham mais prática na guerra, os messênios tinham maior necessidade de mostrarem-se bravos, e teriam a boa vontade dos deuses pois eram homens defendendo seu país sem terem cometido uma injustiça.[17]


Referências

  1. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XV, 66.3
  2. a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.6.1
  3. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.6.2
  4. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.4.5
  5. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.4.6
  6. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.4.7
  7. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.4.8
  8. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.1
  9. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.2
  10. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.3
  11. a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.6
  12. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.4.4
  13. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.7
  14. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.8
  15. a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.9
  16. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.5.10
  17. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.6.6